ainda há partes brancas na folha do entardecer.
Nem rouxinol nem cotovia.
Entrego-me novamente à refrega no tardar da vida
a mão mais firme na brida e um coração que sossega
ao invés de leões centauros movem a quadriga
o ódio já não me turva a vista, hoje é Amor quem me cega.
Não havia brisa na tarde daquele dia
seu hálito de moço era só o que movia
refrescando-me a face antes de tocá-la
ericando-me os pelos antes da mordida
não havia brisa e a tarde se continha.
Afirmo aquí que desde o lodo fétido puz-me a aflorar
Não é possível negar o prazer que é retornar do lodo tendo nele chafurdado meus vícios infantis.
O lodo que me traga e obseda e me demancha em gozo contumaz.
O lodo é meu remanso, o silêncio do passado inerte. Flui preguiçoso, denso e húmido. Não o nego e a ele me permito minhas mais lentas penetrações. É o que me fez ser e me promete abrigo.
Mas floresço.
O resultado do florescer é a aridez da completude. Mas froresço porque não me supre existir apenas diluído.
3 comentários:
Um florir de tirar do chão.
Muito belos os rabiscos! Valeu a demora... embora eu tenha vindo aqui inúmeras vezes buscar poesia, viu? rs...
Beijocas
Não consigo mais sair daqui e deixar esses poemas.
Estou encantada.
beijo
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