10.12.09

Laboratório de Teatro de Sombras


Produzido pela Companhia A RODA de teatro de bonecos e contemplado pelo Prêmio Myriam Muniz de Teatro 2009 - com o patrocínio da Funart - o Laboratório de Teatro de Sombras é a primeira atividade do Projeto O PÁSSARO DO SOL* e tem a intenção de abrir a pesquisa artística e de animação que antecede as montagens da Companhia. Ministrado pela artista, professora e diretora da Companhia A RODA, Olga Gómez, o Laboratório de Teatro de Sombras compreende duas fases interligadas.

A primeira com 12 encontros (48h) no Museu de Arte Moderna -BA
A segunda com mais 12 encontros (48h) no Teatro Castro Alves.

O inédito conto que dá nome ao projeto e ao novo espetáculo é uma leitura da poetisa Myriam Fraga para o mito indígena da descoberta do fogo e narra a história de um jovem guerreiro que é transformado em pássaro para ir ao céu roubar as chamas do palácio do sol.
Mais sobre o projeto Pássaro do Sol clica aquí.
Ministrante: Olga Gómez
Assistente: Fábio Pinheiro

Local e datas:

1ª fase
12 encontros (48h)
11 a 27/01/2010 MAM-BA
das 8:30 às 12:30 horas

2ª fase
12 encontros (48h)
28/01 a 26/02/2010 TCA
das 8:30 às 12:30 horas

Valor: gratuito
Inscrições: até 05/01/10
Ficha de inscrição online
http://www.arodateatro.com/

Vagas disponíveis: 25

Seleção:
desenho espontâneo e improvisações com bonecos
07/01/2010 MAM-BA


Conteúdo programático

1ª fase (MAM-BA)

Utilização de padrões árabes decorativos, do simples ao complexo, análise dos elementos plásticos utilizados e avaliação do poder de convicção visual;
Divisão do espaço/formato, sem utilização de elementos de medição, a não ser o olho com o objetivo de aumentar a capacidade de medição visual;
Elaboração de desenhos planos que sugiram ilusão espacial, mantendo a bi-dimensionalidade;
Utilização das ferramentas para recorte em couro e articulação dos perfis .

2ª fase (TCA)

Teoria a respeito da história do teatro de bonecos e do teatro de sombras animadas. A sombra chinesa e a origem do cinema de animação a partir dos experimentos com a lanterna mágica;
Sensibilização dos sentidos e observação do corpo, suas articulações naturais e os princípios para criação de sombras;
Apreciação do tempo da matéria por meio de exercícios de foco com bonecos de sombras previamente confeccionados;
Experimentações práticas com focos de luz e atividades para explorar as nuances das sombras;
Transferência de ações e emoções para a sombra e produção de repertório de movimentos;
Composição de cenas com base em roteiro fictício, troca de experiências entre os participantes e divulgação de literatura e fontes de consulta para pesquisa posterior.

8.12.09

Ciclo de palestras sobre teatro de animação

Palestras online, ao vivo com Tony Rumbau, Alfonso De Lucas Buñuel, Toni Casares, Víctor Molina, Rebecca Simpson e Dietrich Grosse. Dias 9/12, de 9h a 12h e 10/12, de 9h a 11h e 13h a 15h. Clica aquí.

Tim Burton com Ray Harryhausen 1-3

Simplesmente Vincent price e Tim burton

"A lógica que organiza essas formas de representação do sujeito na puberdade está marcada pela referência ao significante fálico. Trata-se, em síntese, de versões narrativas apoiadas na metáfora fálica alcançada pela passagem pelo complexo de Édipo. Em sua representação alienada _ o romance familiar _, o sujeito situa-se fora de uma cena em que se alternam as atribuições sígnicas de menos e mais, relativas ao falo. A família da realidade é menos com relação à família imaginária ou ideal. O enigma que a sexualidade fálica propõe ao sujeito representa-se, no discurso do Outro, como possibilidade de deslizamento _ do menos ao mais, e vice-versa. Nesta duplicação imaginária, opera-se o velamento do significante que indica o lugar do sujeito da enunciação (S1). A posição do sujeito na filiação e na sexuação fica submetida, aqui, aos efeitos imaginários de significação de uma herança nobre ou denegrida. "

Maria Cristina Poli*

*Psicanalista, membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA), professora da Faculdade de Psicologia da PUC-RS, doutoranda na Universidade de Paris XIII, autora do livro O espírito como herança: As origens do sujeito contemporâneo na obra de Hegel.

7.12.09

Assalto ao Espaço Parlapatões


"SÃO PAULO - O dramaturgo Mário Bortolotto, baleado no sábado, 5, em uma tentativa de assalto na Praça Roosevelt, em São Paulo, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia nesta segunda-feira, 7. Seu estado de saúde é grave, mas ele apresenta boa recuperação, segundo o médico Vicente Dorgan Neto. Até agora, Bortolotto não sofreu nenhuma das temidas complicações pós-operatórias, comuns em casos de tal gravidade".

Ler mais:

Estadão, 7 de dezembro de 2009

***
Quase todas as peças escritas por Mário Bortolotto já foram publicadas, por editoras pequenas, num total de quatro livros. Também publicou um livro de poesia, Para os inocentes que ficaram em casa, além dos romances Mamãe Não Voltou do Supermercado e Bagana na Chuva. Em 2006, lançou o livro Atire no Dramaturgo, uma coletânea de textos publicados em seu blog Atire no Dramaturgo,no qual escrevia diariamente desde 2004. Do blog Feiticeiros da Arte.

***

É mesmo tudo muito triste e revoltante. Também bizarro. Acho que escolhí bem o nome de meu blog...

27.11.09

Mensagens em garrafas com destino preciso

ninguém é mais que a espera
num porto de partida
ninguém é mais que o anzol
entre o peixe e a isca
no lamarão que bordeja
entre o gôzo e o ataúde
ninguém é mais que uma vida
entre a gávea e a quilha
entre o leme e o timão
ninguém é mais que uma ilha

Não pode ser, mas se é pode.

Semana passada perdí um amigo. Morreu ainda não se sabe de quê (o resultado da autópsia sai em 60 dias). Talvez uma infecção generalizada causada por comida de buteco. Mais do que triste fiquei surpreso. Ele tinha 26 anos.

Este texto de João Cabral de Melo Neto conhecí em uma música do Karnak (Num pode ser, Universo Umbigo, 1997) onde Antônio Abujamra o recita. Entendo que para o poeta, depois de tantas perdas (de coisas desnecessárias) impostas pelo Amor a perda do medo da morte seja uma bênção, muito bonito, muito cristão... mas é pelo medo da morte (ou da possibilidade dela) que fazemos arte! Já dizia o outro: o amor é uma flor rôxa...


"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte".


As falas do personagem Joaquim foram extraídas da poesia "Os Três Mal-Amados", "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas", Editora Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág.59.

15.11.09

Como identificar a lágrima se chove? Na representação tudo é mentira, tudo é verdade, e acontece.
Gosto como a personagem do replicante representa Jesus Cristo (o prego na mão) e referencia Dom Quixote (as pás de moínho no meio da névoa). Criaturas tão bem criadas que já nem importa se já existiram realmente.

Tipo assim...

Pictorial Webster's: Inspiration to Completion from John Carrera on Vimeo.

Meu sonho era ser tipógrafo.

14.11.09

Acordo velho

São duas horas
Da madrugada
De um dia assim
Um velho anda
De terno velho
Assim assim
Quando aparece o Guarda Belo
Quando aparece o Guarda Belo
É posto em cena fazendo cena
Num treco assim
Bem apontado
Ao nariz chato
Assim assim
Quando aparece a cor do velho
Quando aparece a cor do velho
Mas Guarda Belo
Não acredita
Na cor assim
Ele decide
No terno velho
Assim assim
Porque ele quer um velho assado
Porque ele quer um velho assado
Mas mesmo assim
O velho morre
Assim assim
E o Guarda Belo
É o herói
Assim assado
Porque é preciso ser assim assado Porque é preciso ser assim assado

Assim assado de João Ricardo

Escolhas

Parece que estas crianças estão respondendo a um entrevistador branco. A tendência dos indefesos é agradar o entrevistador. O que responderiam se o entrevistador fosse negro? O vídeo parece bastante editado... Escolher é um gesto e um gesto é sempre um gesto em relação ao outro.

12.11.09

O olhar animista





Quando vejo uma expressão humana em objetos me sinto perturbado, mas também encantado. Acredito ser esta uma das características do teatro de animação que levam uma platéia a estar muito mais aberta ao jogo cênico do que estaria diante de atores e aquí é necessário lembrar da grande responsabilidade do encenador de teatro de animação ao propor conteúdos.

Atribuir sentimentos e intenções próprias do humano aos objetos ou às formas da natureza é atávico. Nós queremos nos reconhecer em tudo, porque tudo é espelho, tudo o que percebemos nos traduz, nos atesta existindo.


Jody posta em seu blog "Faces in places" imagens de diversos observadores de objetos e formas da natureza onde se pressupõe a face humana. Atividade digna de uma personagem de "O Fabuloso destino de Amelie Poulain".




O olhar também é um gesto e todo gesto é um gesto em relação ao outro.









9.11.09

21.10.09

No fundo do armário de bonecos

_ 'Veja, uma figura de sombra karagoz, que bonitinho!'
_ 'Olá Karagoz!'
_ '#$%*&!'
_ 'Não entendí nada.'
_ 'Deve ser grego.'



_ 'Veja, uma máscara de tragédia clássica greco-romana!'
_ 'Olá máscara da tragédia clássica greco-romana, tudo bem?
_ '...'

  • _ 'O animador tá sem grana...'
  • _ 'Como sabe?'
  • _ 'O armário fica cheio de artesanato de significado e gosto duvidosos.'


Da série 'Estranhos guardados no armário.


  • _ 'Você sabe a diferença entre a parabasis de Aristófanes e o efeito de distanciamento de Brecht?'
  • _ 'Não, pergunta pra máscara da tragédia clássica greco-romana.'
  • _ '...'

10.10.09

6.10.09

BAKXAI





O grupo Alvenaria de Teatro, criado há três anos por alunos e egressos da Escola de Teatro da UFBA, tem estréia nos palcos baianos no dia 05 de outubro, às 20h, na Casa D’Italia (Largo dos Aflitos – Centro). O espetáculo BAKXAI - sobre As Bacantes, foi o escolhido para a grande estréia.

Com direção de Daniel Guerra. O clássico grego As Bacantes, de Eurípides, relata a passagem fulminante de Baco, também chamado de Dionísio, por Tebas.

“Optamos por encarnar o espírito dionisíaco no sentido da libertação criativa. Vivemos juntos há algum tempo debaixo do olhar do deus da loucura (numa balsa de loucos, à deriva) e o mito nos chegou em forma de vivência grupal”, relatou Daniel Guerra.

BAKXAI - sobre As Bacantes ficará em cartaz todas as segundas, terças e quartas de outubro - com exceção da segunda semana (dias 12, 13 e 14), sempre às 20h.

FICHA TÉCNICA
Realização: Alvenaria de Teatro Direção: Daniel Guerra Diretor Assistente: Lucas Modesto Atores: Camilla Sarno, Felipe Benevides, Laura Franco, Liliana Matos, Lilith Marques, Ludmila Brandão, Raiça Bomfim, Thor Vaz.Ator Convidado: André Rosa Orientadora: Jacyan Castilho Cenógrafo: Fábio Pinheiro Figurinista: Ubiratã Trindade Costureira: Cíntia Trindade Projeto de Luz: Luiz Renato Direção Musical: Laura Franco Fotógrafo: Danilo Canguçu Produção: Alvenaria de Teatro Assessoria de Imprensa: Alvenaria de Teatro e MC Comunicação (Mônica Carvalho) Projeto Gráfico: Lucas Modesto




26.9.09

"Giz" - Giramundo Teatro de Bonecos



"Giz" - Giramundo Teatro de Bonecos
Upload feito originalmente por Liliane P.

Espetáculo do Giramundo de 1988
Direção: Álvaro Apocalypse
Direção de Remontagem: Beatriz Apocalypse

"Giz é voltado para adultos e crianças, e é um dos espetáculos mais curiosos já criados pelo Giramundo: não há linearidade de roteiro, o texto é composto por uma sucessão de situações isoladas e, aparentemente, sem ligação entre elas. Estas pequenas histórias ocorrem em torno de uma família típica, onde pessoas nascem, pessoas morrem, em um processo incessante, perturbador e freqüentemente cômico. Um tênue fio condutor liga as cenas: o abandono.

Os bonecos do espetáculo são grandes, quase todos maiores do que os próprios manipuladores, e trazidos ao palco suportados por cabides de madeira, sugerindo uma condição de dependência e submissão. A técnica foi criada por Álvaro Apocalypse. Não são humanos, nem animais: são seres caricaturais, e, como toda caricatura, apresentam traços grotescos e exagerados. Trazem, também, mecanismos de manipulação frouxa, gerando um padrão de movimento peculiar. Os bonecos de Giz são totalmente brancos, assim como os demais elementos cenográficos, tornando-se suporte para recebimento de luz colorida.

Giz foi remontado em 2008. Durante o processo de readaptação, o Giramundo utilizou os desenhos e a concepção originais criados por Álvaro Apocalypse, porém fez atualizações técnicas e estruturais nos projetos, colocando-os a par das inovações e soluções encontradas pelo grupo nos últimos anos. Para esta nova montagem, os figurinos dos marionetistas foram especialmente desenhados pelo estilista Ronaldo Fraga."(*)



Veja mais imagens sobre o espetáculo captadas por Liliane P. no flickr dela, clica aquí.

Mais coisas legais sobre a produção dos bonecos do espetáculo nesta postagem do Blog do Giramundo.

(*) Informações retiradas de release do espetáculo encontradas aquí.

A Fraternal Companhia

Blog recente deste povo teatral Rio-baiense.



"A primeira Fraternal Companhia foi fundada em 1545 em Pádua, na Itália, sendo seu estatuto o primeiro registro conhecido de formação de uma trupe de comedia dell’arte. Além de marcar o início das atividades de profissionalização dos atores no Ocidente, a companhia exemplifica, de maneira inequívoca, a junção entre vida e obra dos artistas que a compunham, na medida em que a expressão “comedia dell’arte” refere-se não apenas a um oficio como também à elaboração de produtos estéticos por estes profissionais.A nossa companhia foi fundada séculos depois, em 2007. A apropriação do nome da antecessora italiana deveu-se não apenas, obviamente, ao desejo de produzir teatro em uma estrutura grupal e fraterna, como também remete a duas crenças que norteiam nosso trabalho: a de que a prática e a teoria caminham juntas, bem como a de que o diálogo com a tradição é um caminho fecundo para a produção teatral contemporânea.Tais certezas surgem de nossa trajetória como pesquisadores, com mestrados e/ou doutorados relacionados a temas da história do teatro brasileiro (que ensejaram a criação do Grupo de Pesquisa Tradição e contemporaneidade no teatro brasileiro), bem como da atividade de professores da graduação e da pós-graduação na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Nosso primeiro espetáculo, Uma por outra – histórias de Arthur Azevedo, confirma não só o interesse pela pesquisa sobre o trabalho do ator e a obra (ainda não suficientemente conhecida e valorizada) de Arthur Azevedo, como nos dá a alegria de produzir teatro com companheiros queridos."

Angela Reis, Daniel Marques e Renata Cardoso


11.9.09

Resultados animadores

Encontrei estes vídeos postados recentemente no blog do Jorge Miyashiro. São entrevistas feitas por ele com bonequeiros que resolveram continuar a arte dos pais. Já são caras conhecidas. Encontrei o Lucas Mattana e seu irmão em uma oficina que ministrei, ainda com A Roda, pelo Palco Giratório, em Curitiba.

2.9.09

Mundo de madeira


Matéria sobre o percurso de Olga Gomes, diretora artística da Companhia A roda de teatro de bonecos na revista MUITO do Jornal A Tarde. Clica aquí.

22.8.09

BOCA DO INFERNO - Das Helmi

WORKSHOP E SELEÇÃO PARA MONTAGEM
Na 2ª edição do Fiac

Nos dias 28, 29 e 30 de setembro (das 10h às 12h e das 14h às 18h), será realizado em Salvador um workshop para selecionar os participantes baianos para o espetáculo de bonecos “Boca do Inferno”, nova montagem do grupo alemão Das Helmi. Durante o workshop serão escolhidos 06 artistas entre atores, manipuladores de bonecos e músicos. O Das Helmi que já esteve no Brasil em 2008, no festival Kulturfest Itinerante, percorreu diversas cidades do sul, sudeste e nordeste do país, inclusive Salvador, e apresentou uma adaptação do “Fausto” de Goethe, dando a esse texto uma leitura contemporânea abordando a relação entre a busca do tempo perdido e o mom ento da eterna felicidade e satisfação.
Neste novo projeto, “BOCA DO INFERNO”, o grupo alemão volta a capital baiana no intuito de investigar a obra de Gregório de Matos, desenvolvendo e concebendo o espetáculo junto com o elenco que parte de uma viagem imaginária ao futuro (nosso presente) do poeta barroco baiano Gregório de Matos, o “Boca do Inferno”. Um duro crítico das condições de vida coloniais, do comportamento antiético dos colonizadores, especialmente do clero um mestre em sátiras obscenas. Porém, surpreendentemente a critica e a sátira contida em sua obra apresenta-se absolutamente adequada aos tempos atuais.
A inscrição para o workshop/seleção será feita através do envio do currículo e carta de motivação até 25 de setembro para o inscricoesbocadoinferno@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. . Para poder participar do projeto deve-se ter disponibilidade para ensaios e apresentações no período de 28 de setembro a 13 de novembro. Os ensaios com os artistas selecionados acontecerão de 01 a 25 de outubro (das 9h às 13h e das 16h às 20h de segunda a sábado). As apresentações estão previstas para acontecer dentro da programação do FIAC Bahia entre 26 e 31 de outubro, e em outras cidades brasileiras em novembro de 2009. Em 2010 o espetáculo seguirá em turnê pela Alemanha.

Onde: Teatro Castro AlvesQuando: dias 28, 29 e 30 de setembro (das 10h às 12h e das 14h às 18h).

Inscrições através do envio do currículo e carta de motivação para o endereço eletrônico inscricoesbocadoinferno@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Quanto: inscrição gratuita para workshop/seleção. Os artistas selecionados serão remunerados para participar da montagem.

A participação no workshop de seleção não e remunerada, e também não é previsto o reembolso de possíveis custos de viagens e estadia dos participantes.

Realização: colaboração entre o Goethe-Institut, o Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC), a Fábrica de Cultura Internacional Kampnagel Hamburg (Alemanha) e a interior Produções Artísticas Internacionais de São Paulo. A produção é patrocinada pela Fundação Federal de Cultura da Alemanha (Kulturstiftung des Bundes) e faz parte do projeto “Tupi or not Tupi – Perspectivas Pós-Coloniais do Teatro Contemporâneo em 4 Co-Produções com Artistas Brasileiros e Alemães”.

E-mail: inscricoesbocadoinferno@gmail.com. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. Site: www.fiacbahia.com.brContato: 71 3012-3900.
Para maiores informações do grupo visite: http://www.das-helmi.de

25.7.09

Alice de Jan Svankmajer

Enquanto não chega o filme do Tim Burton vale a pena conhecer a obra de Svankmajer (menos pop = mais interessante) que sempre faz referência ao teatro de formas animadas.

22.5.09

Lambe Lambe em Salvador

Se o teatro de animação encerra a idéia de micromundo o Lambe-lambe o faz com mais propriedade. Sua estrutura reduz todas as relações físicas no teatro, principalmente quando pensada para um só espectador. A fim de atender o maior número de espectadores, mas um de cada vez, os espetáculos necessariamente são de curta duração.
Denise e Ismine
O Lambe-lambe é uma modalidade do teatro de animação criado a partir de 1989 pelas artistas Ismini Lima e Denise Santos em Salvador na Bahía, desde então presente em diversos festivais inspirando grupos e solistas pelo Brasil. O primeiro espetáculo apresentado no Lambe-lambe foi "A Dança do Parto".


Agora o "Mundo Miúdo" de Genifer Gerhardt



"Linguagem teatral conhecida como “Teatro Lambe-Lambe” ou “Teatro Mínimo”.Utilizada como palco para apresentação de peças com teatro de bonecos de forma individual, no MUNDO MIÚDO a caixa/teatro mede aproximadamente 30 X 20 X 15 cm, e as sessões de espetáculo, lá dentro, duram de 2 a 10 minutos. Uma caixa com bonecos articulados de 10 cm de altura e operação de luz alternativa: feita com o pé, traz cores, entradas e saídas de luz próximas às conseguidas no grande teatro de caixa italiana."


Não deixe de assistir esse mini-teatro e espiar todo o encanto desses pequenos seres, nesse pequeno mundo.

DIA 21 DE MAIO (quinta) no TARRAFADA – Tarrafa Bar e Botequim, RioVermelho (em cima do antigo “Nhô Caldos”) – Entrada R$ 5,00(programação cultural extensa)A partir das 18h.

DIA 22 DE MAIO (sexta) no TEATRO GAMBOA NOVA – antes da apresentaçãode “Seu Bonfim” (Fábio Vidal) – R$ 1,50 por apresentaçãoDas 19h às 20h.

DIA 24 DE MAIO (domingo) no SARAU DO ICBA – Instituto Goethe - GrátisDas 17h às 20h.

DIA 26 DE MAIO (terça) no ENCONTRO INTERATIVO MOSAICO DE SENSAÇÕES –Espaço Unibanco, Glauber Rocha (Praça Castro Alves) - GrátisA partir das 19h.




Um abraço da Genifer Gerhardt!


Clique aquí para conhecer o artigo "Teatro Lambe-lambe: o menor espetáculo da terra" de Valmor Beltrame e Kátia de Arruda.

15.5.09

Faustus, Faustus...

“A verdade tem uma estrutura de ficção”.
Lacan


Fausto tem sido alvo de constantes visitações, as principais são de Marlowe e Goethe, mas também foram lá Fernando Pessoa, Jarry, Spies, Thomas Mann, Valéry, mesmo Shakespeare, segundo Herald Bloom que considera a personagem Próspero de A Tempestade como um anti-fausto (por extensão o próprio Shakespeare, na sua “angústia da influência”, seria um anti-Marlowe em muitos momentos de sua escrita). “Angústia da influência” me parece uma expressão muito apropriada à relação entre Fausto e o Mefistófeles.
No teatro de animação não foram poucas as versões e acredito haver nas questões do simulacro, do discurso, da percepção da existência e nas relações de poder, tão caras a esta arte, o motivo de sua persistência.
Além das questões centrais, cujo interesse de tantas gerações eleva o Fausto à condição de mito moderno, é interessante observar as características marginais ao tema oferecidos pelas revisitações culturalmente distintas, o que torna sua funcionalidade distinta e ao mesmo tempo unívoca.
Quando a literatura sobre Fausto se torna popular na Alemanha, pela invenção da imprensa e pelas campanhas educacionais de Lutero, a proximidade do demônio como ser diretamente influenciador das atitudes humanas e o tema do pacto com este como possibilidade de alcançar prazeres terrenos, já participavam do imaginário. Faço uma associação, no que tange às necessidades imaginativas, especialmente em tempos de pós-guerra e mudanças políticas, à fábula da Cocanha, o país de bem aventurança que, primitivamente se constitui num lugar repleto de prazeres sensoriais (que também evoluiu, acredito, na utopia renascentista de Thomas More); não à toa a palavra ‘fausto’ substantivou-se em português para designar ostentação, abundância. Fausto com a literatura perdeu seu caráter folclórico e sua busca, antes mundana, se espiritualizou.
A nebulosidade da origem de Fausto nos prega uma peça, que convenientemente repassamos sobre o que é real e o que é fictício e nesse ponto assemelha-se ao Drácula de Bram Stocker e às ilhas de Thomas More e Platão, assim como o ‘bobo’ e a ‘diabo’ do tarô que se mantêm num jogo de ocultação e recriação pela essência da liberdade com a qual todos nos propusemos cúmplices; factóides folclórico-literários que brincam de ser pura verdade e nisso insistem à exaustão até que um laivo de deliciosa dúvida se instale. Certamente Fausto existiu, um Fausto charlatão com grande capacidade de se autopromover, buscando assemelhar-se a outras figuras fáusticas antes dele.
O mito moderno de Fausto é o vértice de algo que remonta ao Prometeu, ao Lúcifer de Milton, e segue hoje em diversos heróis da cultura de massa. Assistindo há pouco tempo episódios de “As memórias de Emília”, versão televisiva de 1979, baseada na obra de Monteiro Lobato, percebi algo de fáustico na personagem da boneca amoral e me perguntei: se o Golem pudesse pensar sobre si mesmo como um ser libertado dos valores impostos aos seres “criados por deus” que ideais escolheria? A criatura de Frenkenstein esboçou sua busca como outro personagem de Monteiro Lobato, o Visconde de Sabugosa, ele também um objeto inerte que toma vida, fazendo uma escolha adversa a da boneca: almejar tornar-se ou pelo menos aproximar-se o mais possível do humano, como o Pinóquio de Collodi. Projeção humana do ‘desejo’ de alcançar o ‘plenamente humano’.
A reprodução da realidade tal como existe por si só é estéril, inútil e desnecessária por isso o animador luta contra o naturalismo. O contínuo interesse é mantido quando o animador propõe o objeto como um esboço, o que retira a platéia da situação cômoda de apenas “ver” para ser convidada a um diálogo cuja linguagem é a imaginação. Interessa as visões pessoais e os sentimentos que os objetos provocam a partir dos registros da experiência psíquica: real, simbólico e imaginário. É preciso discernir o que há além da forma (e nesse ponto é necessário perceber que mesmo um boneco caracterizado não deixa de ser, em toda a sua busca escultórica, uma forma acidental) assim atravessamos o visível. O animador retira o objeto de seu contexto, de sua relação com os demais objetos, com o objetivo de, tornando-o único, atingir seu valor intrínseco. A energia ‘vital’ presente no inorgânico, a animação suspensa em que se encontram os objetos, é o caminho para atingir a essência de seu "absoluto", livre das relações transitórias estabelecidas.
Que temor é esse pelo boneco que apresenta características humanas ou pelo objeto que de forma abstrata apresenta signos só codificáveis pelo humano, mesmo ou principalmente quando inerte?
Para o animador é necessário exercitar o desligar-se da moral, da obrigação social, religiosa; de tudo o que institui no objeto um significado, admitindo apenas o livre jogo de sua sensibilidade, abandonado aos seus impulsos. A imagem do mundo se reflete como para um primeiro olhar, um olhar surpreso, aquele olhar surpreso da criança “antes de iniciar suas especializações libidinais (...) adormecendo ou fechando parcelas desativadas de sua psique”, segundo Edelcio Mostaço. A realidade é subjetiva e existe apenas em nós. Significa um subjetivismo levado a extremos, a afirmação de um Eu totalitário e absoluto, que forja o mundo a sua imagem e semelhança. O animador, em obras representativas do conflito humano, pode ser considerado como tendo desenvolvido uma “personalidade fáustica”, ou seja, que busca a si mesmo experimentando os próprios limites num esforço que advém da necessidade de plenitude. Fausto dá corpo à pulsão, própria do homem moderno, de tomar posse do mundo e da natureza, arrebatando o status de criador das mãos de uma divindade onipotente e tornando-se ele próprio senhor do universo em que vive, mesmo que isso implique renunciar à idéia de imortalidade, e conseqüentemente ao conceito de alma. Não seria arriscado afirmar a essa altura que Fausto e Mefistófeles comungam mais que se antagonizam como afirma Nietzsche “Quando não se teve um bom pai, é necessário inventar um”,
Nesse ponto Fausto assemelha-se às personagens recorrentes no teatro de animação: Gepeto, Vitor Frenkenstein e o judeu do Golem. Seres que desenvolvem a loucura própria da autoridade, que, como alquimistas transubstanciam o comum em sublime.

O animador tem a possibilidade de ser o regente de um mundo disponível. Que outro mundo é esse indisponível que leva o animador angustiado a produzir novas realidades? É exatamente este mundo de contratos sociais imputando regras de comportamento. Sendo ele mesmo um produto da necessidade de impor limites para os instintos subversivos e destruidores da essência humana.

Está embutida em qualquer representação do teatro de animação e justamente por essa escolha estética uma crítica ao absurdo de qualquer autoridade social. Nesse contexto o animador é uma personagem autocrítica que se debate continuamente na angústia do existir neste mundo.

1.3.09

MENINAS, CORRAM!

ESPETÁCULO GRATUITO EM HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER









Um solo de Alda Maria, dirigido por Juliana Ferrari,
produção do NuMiollo – Núcleo de Investigação da Cena.


Em um universo tragicômico uma mulher, imersa em seu cotidiano,
vive situações cômicas que comunicam o absurdo das relações humanas.


Teatro Moliére - Aliança Francesa
Ladeira da Barra, n. 401
07 de março
Sábado - 19h
GRATUITO - as senhas serão entregues 1 hora antes

Direção: Juliana Ferrari
Elenco: Alda Maria
Trilha Sonora: Janaína Carvalho
Cenografia e Figurino: Tina Melo e NuMiollo
Iluminação: André Rosa
Divulgação: Amarílio Sales
Produção Executiva: André Rosa e Alda Maria
Produção Geral: NuMiollo – Núcleo de Investigação da Cena

14.2.09

10ª Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Belo Horizonte

As inscrições para a seleção de espetáculos já estão abertas e serão aceitas até o dia 20 de Março de 2009.
Para participar da seleção basta enviar 1 DVD ou VHS do espetáculo na íntegra, acompanhado da ficha de inscrição (em anexo - aqui no caso disponível para download).
O Festival acontecerá entre os dias 5 e 14 de Junho/09 em Belo Horizonte - MG com espetáculos de palco e rua, para público infantil e adulto.
A inscrição é gratuita e aberta a produtores, grupos, companhias permanentes ou elencos.
Os grupos inscritos serão informados sobre o resultado da seleção, através de e- mail ou por telefone pela organização do Festival, a partir de 1 de Abril/09. Após comunicado será divulgado no site www.festivaldebonecos.com.br
Endereço para envio de material:
Centro de Produção Cultural Catibrum Teatro de Bonecos
Rua Francisco Bicalho, 1.912 - Caiçara
Belo Horizonte - MG - 30.720-340
(55) 31-3411-2103