23.12.08

No fundo do armário de bonecos

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-Até que a Barbie é bem jeitosinha.
-Acho que ela prefere o pinóquio.


-Veja, penduraram Marcel Marceau no armário depois do festival de teatro.
-É fácil cometer esse erro.

-Quanto tempo faz que não saimos do armário?
-Desde que o animador perdeu o edital de teatro.
-Quem ganhou o edital?
-Marcel Marceau...

-O animador pintou o armário de preto.
-Ele quer destaque para os bonecos no teatro.
-É um começo...


22.12.08

A Vaca de Fogo

"À porta daquela igreja vai um grande corrupio.
À porta daquela igreja vai um grande corrupio.
Às voltas de uma coisa velha reina grande confusão.
Às voltas de uma coisa velha reina grande confusão.
Os putos já fogem dela deitam fogo a rebentar.
Os putos já fogem dela deitam fogo a rebentar.
Soltaram uma vaca em chamas com um homem a guiar.
Soltaram uma vaca em chamas com um homem a guiar.

São voltas. Ai, amor são voltas.
São as voltas, são as voltas da maralha.
Ai, são voltas. Ai, amor são voltas.
São as voltas da canalha.
Ai, são voltas, sete voltas.
São as voltas da maralha.
Ai, são voltas, sete voltas.
São as voltas da canalha.

À porta daquela igreja vive o ser tradicional.
À porta daquela igreja vive o ser tradicional.
Às voltas de uma coisa velha e não muda a condição.
Às voltas de uma coisa velha e não muda a condição.
À porta daquela igreja vai um grande corrupio.
À porta daquela igreja vai um grande corrupio.
Às voltas de uma coisa velha reina grande confusão.
Às voltas de uma coisa velha reina grande confusão.

São voltas. Ai, amor são voltas.
São as voltas, são as voltas da maralha.
Ai são voltas. Ai, amor são voltas.
São as voltas da canalha.
Ai são voltas, sete voltas.
São as voltas da maralha.
Ai são voltas, sete voltas.
São as voltas da canalha".


Madredeus

Vaca de fogo

Vaca de fogo na festa de Rio dos moinhos

13.12.08

Os muitolentos e os muitorrápidos



Eram existências distintas convivendo no mesmo espaço.

Duas raças ignorando-se.

Alguns dos muitolentos passaram a cogitar a existência dos muitorrápidos quando encontraram seus cemitérios. Os muitorrápidos demoraram um pouco para começar a cultuar seus mortos. Logo em seguida vieram as construções de moradia. Os muitolentos não tinham nenhuma noção da arquitetura dos muitorrápidos; não lhes era possível distinguir entre uma tumba e uma casa, pois ambas mostravam-se sempre vazias. Estes tinham uma constituição muito frágil e seus cadáveres decompunham-se com a mesma rapidez com que viviam. Esta impossibilidade de distinguir a função daquelas arquiteturas gerou entre os muitolentos discordância sobre a possibilidade de existência de uma civilização assim tão efêmera. Os crentes desenvolveram uma mania de perseguição e os não crentes várias teorias sobre geração espontânea da matéria.

Já os muitorrápidos conheciam os muitolentos desde sempre, mas não lhes era possível entende-los como uma civilização. Talvez um sábio dos muitorrápidos que se dedicasse a catalogar aquelas formas pudesse percebê-las como civilização. Para eles a sabedoria era uma febre que precisava ser rapidamente curada. A maioria dos muitorrápidos morria antes de começar a fazer conjecturas.

Obviamente aquelas formas que os muitorrápidos entendiam como estáticas se moviam, mas uma só geração não era suficiente para constata-lo. Talvez não fosse necessário dizer, mas os muitolentos tinham uma vida longa enquanto os muitorrápidos não duravam mais que um piscar de olhos daqueles.






As imagens que ilustram o texto são de Misha Gordin. Veja mais de suas 'conceptual photographys' clicando aquí.

8.12.08

Tirinhas

No fundo do armário de bonecos

- Você acha que boneco tem ponto de vista?
- Às vezes.


A Vida por um Fio: Chato viver pendurado...


- Você não acha que os bonecos de luva somos mais versáteis?
- Você prefere ser pendurado na porta ou no fundo do armário?
- Legal quando as crianças vêm visitar o armário de bonecos né?
- Acho que esqueceram alguma coisa.