15.6.06

Tres brevidades sobre a imaginacao do ar

Eis minhas unhas gastas
de ferir a terra e penetrar-lhe os segredos
Quem passa verá meus pés sair-lhe à flor.
Assim plantado muitos me dirao inverso.
Minha gana de louvor à terra lhes despreza o julgamento.
Meu ar sao seus veios de ouro
minha luz seus mistérios de magma.
No reverso do que sonho
piso o firmamento
e ergo a terra sobre mim mesmo.




Nascí lá naqueles tempos velho
de tao velhos quase inexistentes
O tempo fóssil do primeiro tempo
ao olhar incrédulo do presente
Alí perdido para sempre
fogo oculto sob o borralho da infancia
fogo mítico iluminando parcamente
o que ainda me constitui.

A luz passa sob a porta
e com ela o imaginário do que do outro lado ilumina.
Lá onde tudo é presenca
tudo o que doura, solariza
inconsciente do que projeta.
O que é iluminado nao existe
o real e sua sombra existem somente imaginados.


Um teclado com problemas nos permite imaginar as cedilhas, circunflexos e tis ( o plural de til, quem poderia imaginar? ) nos lugares que lhes sao devidos e em outros lugares insuspeitados. As cores no texto sao só cores no texto, mas podem nao ser.