27.11.09

Mensagens em garrafas com destino preciso

ninguém é mais que a espera
num porto de partida
ninguém é mais que o anzol
entre o peixe e a isca
no lamarão que bordeja
entre o gôzo e o ataúde
ninguém é mais que uma vida
entre a gávea e a quilha
entre o leme e o timão
ninguém é mais que uma ilha

3 comentários:

Vampira Dea disse...

É seu? LIndo.

Raiça Bomfim disse...

Uma ilha ou "qualquer coisa de intermédio". Não ser mais que algo talvez não seja tanto problema, o problema é ser tão qualquer coisa. Sei lá.

A consciência da morte e sua materialidade têm rondado meus dias, minhas noites, minha família.

Belo!

Unknown disse...

É Raiça, fiz uma brincadeira com o problema do discurso e pra quem ele é feito, você entendeu; era um problema pra Sá Carneiro também (em relação a Fernando Pessoa). Estar reduzido pelo olhar do outro, e acreditar nisso, é mesmo triste tanto quanto fingir ignorar esse olhar e pretender ser mais |(e Adriana Calcanhoto não ajudou nada, só fez enterrar mais o tal Sá Carneiro na ridiculez). Credo! É horrível viver em função do outro. Como você diz e é necessário mantrificar: Pureza!